Requisitos para aposentadoria por invalidez: entenda como garantir o seu benefício

A aposentadoria por invalidez é um direito destinado a trabalhadores que, devido a doenças ou acidentes, encontram-se incapacitados de forma permanente para exercer atividades laborais

No Brasil, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é o órgão responsável por conceder esse benefício, sendo que o processo envolve diversas etapas e requisitos. 

Neste artigo, vamos explicar o que é necessário para obter a aposentadoria por invalidez, abordando os critérios exigidos e os principais cuidados para garantir a aprovação do benefício.

O que é a aposentadoria por invalidez?

A aposentadoria por invalidez é um benefício previdenciário concedido a segurados do INSS que apresentam incapacidade total e permanente para o trabalho, sem possibilidade de reabilitação profissional. 

O segurado não pode exercer atividades que garantam sua subsistência, e a doença ou lesão que justifica o benefício deve ser comprovada por laudo médico.

Ao ser concedida, a aposentadoria substitui o auxílio-doença, que é o benefício pago inicialmente a segurados com incapacidade temporária. O valor do benefício varia de acordo com a média salarial do trabalhador e pode ser acrescido de um adicional de 25% nos casos em que a pessoa necessite de assistência permanente de terceiros.

Quais são os principais requisitos para solicitar o benefício?

Para garantir o acesso à aposentadoria por invalidez, é necessário atender a alguns requisitos básicos. A seguir, explicamos cada um deles:

Qualidade de segurado

O primeiro critério para solicitar qualquer benefício previdenciário é estar na condição de segurado do INSS, ou seja, ter contribuído para a Previdência Social. 

Caso o segurado tenha parado de contribuir, ele poderá ter direito ao benefício dentro do chamado “período de graça”, que varia de 12 a 36 meses após a última contribuição, dependendo de determinadas situações. 

Passado esse período sem contribuição, a pessoa perde a qualidade de segurado e precisa voltar a contribuir para o INSS para recuperar o direito aos benefícios.

Carência

A carência corresponde a um número mínimo de contribuições mensais exigidas para a concessão do benefício. No caso da aposentadoria por invalidez, são exigidas pelo menos 12 contribuições mensais. 

Contudo, essa exigência pode ser dispensada se a incapacidade for causada por acidente de qualquer natureza, doença profissional ou doença grave especificada em uma lista do Ministério da Saúde e do Trabalho e Previdência.

Incapacidade total e permanente para o trabalho

O requisito mais relevante para a concessão do benefício é a comprovação de que a pessoa está incapacitada de forma total e permanente para o trabalho

Isso significa que o segurado não pode realizar suas atividades laborais habituais nem se reabilitar para desempenhar outra profissão. Essa incapacidade precisa ser atestada por perícia médica do INSS, que avaliará se a condição de saúde do trabalhador o impede de voltar a trabalhar.

Perícia médica do INSS

A concessão do benefício exige a realização de uma perícia médica, na qual o médico perito do INSS examina a situação de saúde do segurado e verifica se ele se encontra, de fato, incapacitado para o trabalho. 

Esse processo pode ser decisivo para a aprovação ou rejeição do pedido de aposentadoria por invalidez. Portanto, é essencial que o segurado apresente todos os documentos médicos necessários, como laudos, exames e relatórios, para comprovar a gravidade e a permanência da incapacidade.

Como se preparar para a perícia médica?

A perícia médica é uma etapa crucial no processo de concessão da aposentadoria por invalidez, pois é nesse momento que a condição de incapacidade do segurado será analisada. Para aumentar as chances de sucesso, alguns cuidados são importantes:

  • Documentação médica completa: reúna todos os exames, laudos, receitas e relatórios que comprovem a doença ou lesão incapacitante. É importante que os documentos estejam atualizados e demonstrem a evolução do quadro de saúde.
  • Histórico de tratamento: informe os tratamentos realizados, incluindo medicações e procedimentos médicos. Isso ajuda a demonstrar que o segurado buscou alternativas para se recuperar, mas não obteve êxito.
  • Atestado de incapacidade funcional: além do laudo, um atestado de incapacidade funcional emitido pelo médico assistente pode reforçar o argumento de que o trabalhador não tem condições de exercer suas atividades.

Situações que dispensam carência

Como mencionado, há casos em que a exigência de carência de 12 contribuições mensais é dispensada. Confira as principais situações em que isso ocorre:

  • Acidente de qualquer natureza ou causa: desde que a lesão resulte em incapacidade permanente, o segurado pode ter direito ao benefício sem necessidade de cumprir o período de carência.
  • Doença profissional ou do trabalho: quando a incapacidade decorre de doenças causadas pelo exercício das atividades laborais, a carência também é dispensada.
  • Doenças graves previstas em lei: algumas enfermidades dispensam o cumprimento da carência, como tuberculose ativa, câncer, esclerose múltipla, paralisia irreversível, entre outras condições especificadas em legislação.

Direitos adicionais e acréscimos no benefício

A aposentadoria por invalidez prevê algumas situações em que o benefício pode ser majorado. Um exemplo é o acréscimo de 25% no valor do benefício para segurados que necessitam de assistência permanente de outra pessoa, como cuidadores ou familiares. 

Esse adicional é garantido mesmo que o valor da aposentadoria atinja o teto máximo do INSS.

Esse acréscimo é justificado pela necessidade de auxílio contínuo, e a sua concessão também depende de avaliação médica pericial, que atesta a incapacidade de realizar atividades diárias de forma independente.

Situações em que a aposentadoria pode ser suspensa ou revisada

A aposentadoria por invalidez não é um benefício vitalício, podendo ser suspensa ou revisada a qualquer momento. 

O INSS realiza revisões periódicas para verificar se o segurado continua incapaz de trabalhar. Durante essas revisões, chamadas de “perícia de revisão”, o segurado deve passar por nova avaliação médica para confirmar a manutenção da incapacidade.

Se a perícia indicar que houve recuperação parcial ou total da capacidade laborativa, o benefício poderá ser suspenso. 

Em alguns casos, o segurado é reabilitado para exercer outra profissão compatível com sua condição de saúde. Portanto, é importante manter sempre a documentação médica em dia e comunicar ao INSS qualquer mudança no quadro de saúde.

Como recorrer em caso de negativa do benefício?

Caso o pedido de aposentadoria por invalidez seja negado pelo INSS, é possível recorrer administrativamente ou judicialmente

O recurso administrativo deve ser apresentado no prazo de 30 dias após a negativa, e será analisado por uma junta revisora do próprio INSS. Se mesmo assim o recurso for indeferido, o segurado pode buscar a Justiça, apresentando ação judicial para reverter a decisão.

Para recorrer, é aconselhável contar com o apoio de um advogado especializado em Direito Previdenciário, que poderá orientar sobre os documentos necessários e a melhor estratégia para comprovar o direito ao benefício.

A BCDM Advogados está comprometida em fornecer orientações claras e eficientes para garantir os direitos dos seus clientes, especialmente em questões previdenciárias, como a aposentadoria por invalidez. 

Com uma equipe especializada em Direito Previdenciário, a BCDM auxilia na análise de documentação, preparação para perícia médica e elaboração de recursos em caso de negativa do INSS, assegurando que você tenha o suporte necessário para conquistar o benefício a que tem direito. 

Conte com a BCDM para enfrentar cada etapa do processo com segurança e assertividade.

Conclusão

Como vimos, a aposentadoria por invalidez é um direito importante para quem enfrenta incapacidade permanente para o trabalho, mas seu acesso exige o cumprimento de diversos requisitos e cuidados com a documentação

Estar bem informado sobre as exigências e ter uma preparação adequada para a perícia médica pode fazer toda a diferença na hora de garantir o benefício. Caso o pedido seja negado, o recurso administrativo ou judicial pode ser uma opção para reverter a decisão.

Se você está enfrentando essa situação, informe-se sobre seus direitos e busque auxílio para assegurar o benefício, garantindo uma maior segurança e qualidade de vida.

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